quarta-feira, 6 de junho de 2012

JUNHO – MÊS DOS NAMORADOS


Não há uma melhor época , senão o mês de junho, para relembrar-mos o romance de Camille Claudel e Auguste Rodin.

Camille e Rodin

Camille descobriu ainda criança o gosto pela escultura. Seu pai  acreditava muito em sua vocação, tanto que,  em 1881 levou toda a família à Paris para que a filha pudesse ter maiores oportunidades, numa época em que a  escultura era uma atividade reservada aos homens.
Camille, alugou um ateliê com mais três jovens artistas, uma delas, Jessie Lipscomb, tornou-se sua melhor amiga. Tiveram aulas com o professor Alfred Boucher, que as orientava de vez em quando. Foi numa dessas visitas que Boucher apresentou o trabalho de Camille para Paul Dubois, diretor da Escola Nacional de Belas-Artes. Foi através dele que Camille conheceu Rodin, na época ela tinha 19 anos , Rodin, 45.
 Camille


Rodin

Rodin frequentava o ateliê de Camillle  e, depois de algum tempo, chamou-a para trabalhar com ele. Não se sabe ao certo quando a convivência entre o mestre e a aluna se tornou um romance, mas as cartas que trocavam em 1886 revelam a paixão e o ciúme que Camille, desde o início, nutria por seu mestre.
                                                                                                                                              
Rodin já era casado,  mesmo assim, alugou uma casa para Camille morar e onde pudessem se encontrar. A relação assumida tornou-se um escândalo para a época. Nesse período,  tanto as obras de Rodin, como as de Camille, foram marcadas pelo forte apelo sensual.

The Kiss de Rodin

Com o passar do tempo, Camille começou a se sentir sozinha, pois Rodin pouco aparecia.
Em 1892, Camille sofreu um aborto. Não se sabe se foi  espontâneo, mas o fato a abalou por demasia, afastou-se de Rodin e  longe do amante passou a criar sua própria arte , mas ainda carregada de força e sensualidade como as obras de Rodin. Infelizmente, o preconceito contra a mulher artista impedia o reconhecimento de suas obras, talvez, esse tenha sido um dos motivos pelo qual foi excluída dos grandes nomes da história da arte. 
                                                                          

La Valse - Camille Claudel

 Após um rompimento definitivo com Rodin , Camille passou a viver trancada em seu estúdio, cercada por seus gatos. Com  problemas financeiros e em depressão passou a beber. Achava que Rodin queria prejudicá-la, destruir sua carreira. Em 1906 concluiu sua última obra e depois passou a destruí-las.   Algumas obras  como "Sakountala" (O Abandono) e  "A Implorante" ficaram ilesas e nelas podemos ver impregnados sentimentos de dor e desespero. Sua obra parece contar a sua história de amor.

                                                                                                            
SAKOUNTALA - Camille Claudel

Sem dinheiro e doente , em  1913, a família de Camille fez com que ela fosse levada à força para um hospício. Lá viveu até os 79 anos (1943), pobre e sozinha.

Essa  é a história de uma mulher  atormentada por um amor impossível,  de uma mulher  renegada pela própria família , mas que amou, amou intensamente  e acabou esquecida por todos nós.  Afinal de contas, você já conhecia a história de Camille Claudel?  Se não conhece, procure pelo filme Camille Claudel, Bruno Nuytten, 1989, Baseado na biografia escrita por Raine-Marie, sobrinha-neta de Camille. É emocionante!


 
Desejo a todos os namorados, amantes e amigos, um final muito mais feliz.

Beijos da Pris.